segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ex-plicações

Piri,


certamente você foi o maior amor da minha vida e também a minha maior decepção. Enquanto estive ao seu lado, construí sonhos, alimentei esperanças, abracei ideias de futuros perfeitos. Na época, achei que você compartilhava essa fantasia toda também. Na verdade, me recuso a acreditar que não era assim mesmo.

Infelizmente, independentemente de você compartilhar ou não, não deu certo. Mas você voltou a visitar meus sonhos. Bons sonhos! Sempre estamos como éramos há três anos. Felizes e utópicos. Bate saudades...

Mas quando acordo, lembro que você morreu. Sim, porque pra mim, você não existe mais. E me desculpa, mas sou egoísta demais pra morrer juntamente contigo.

Luna,


você é maravilhosa. A primeira que eu disse com toda sinceridade que amava na minha vida. Você assustou quando disse isso pela primeira vez. Hahaha! Eu te admiro muito e fico feliz por você não ter me esquecido, apesar de eu ter merecido.

Fico triste por ficar te enrolando. Não é por maldade, por favor, não vá pensar que sou insensível. Mas preciso te evitar. Novamente, não tome conclusões precipitadas! Não tenho a intenção de te ter de volta! (Nada pessoal, mas acaba sendo...) Mas eu estou meio inseguro mesmo, sei lá! Vai saber se há um esporo dentro de mim e com sua presença ele ecloda!

Prefiro a segurança das conversas a distância para não estragar a amizade que nos custou um ano imaturo, porém feliz.

Zumbi,


fiquei meia hora pensando no que falar de você. Ou melhor, se eu deveria falar sobre você. Vasculhei meu coração em busca de algumas palavras, mas nem as gavetinhas de ódio se abriram.

Acho que é porque não perco meu tempo com quem não tem palavra.

(Opa, uma gavetinha não tava trancada)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Parabéns Coelhão!

Muita gente se espanta quando digo que sou torcedor do América. O motivo maior é a surpresa, creio eu, porque é bem verdade que não é tão comum encontrar um americano pelas ruas de Belo Horizonte, praticamente divididas entre cruzeirenses e atleticanos.

Logo após a surpresa, vem sempre uma piadinha do tipo "poxa, você é sofredor, hein!", "já conseguiu comprar ingresso nas mãos de cambista?", "não foi ao jogo ontem porque perdeu a kombi?", entre outras. 

Sim, tenho que reconhecer que o time pelo qual eu torço não é lá uma potência futebolística, que tem poucos torcedores, que viveu períodos que beiravam ao ridículo e ao ostracismo - como o amadorismo da segunda divisão do mineiro em 2008 -, que era muito mais fácil e melhor torcer para o Cruzeiro ou o Atlético que, bem ou mal, tão ali na Série A, ganha um estadual aqui, joga uma Libertadores/Sul-Americana acolá, contratam bons jogadores...

Mas e daí? Torcer pelo time está muito além do que simplesmente ir ao estádio e comemorar vitórias. É continuar apoiando mesmo nas derrotas, nas eliminações frustrantes, nos comentários desdenhosos da imprensa e dos amigos. É poder ter orgulho de uma instituição esportiva e saber que isso é um lazer, uma diversão. Perdeu o jogo? A vida segue. Ganhou a partida? A vida continua do mesmo jeito.

Não é o resultado dentro de campo, os números, as conquistas que me fizeram torcer pelo América. É pelo que representa na minha vida: um time que apesar de todos obstáculos, sempre busca forças do nada para dar a volta por cima. Acho que posso tirar uma lição daí.

Em 2008, muita gente acreditava que o clube iria acabar, pois estava na segundona do mineiro. Em 2011 o time já estava na série A do Brasileiro. Fomos rebaixados? Fomos. Mas e daí? O importante é que em momento algum deixei de torcer, em momento algum os verdadeiros americanos deixaram de acreditar no time.

Hoje o América completa 100 anos. Um século que não pode ser resumido só a títulos ou eliminações, vitórias ou derrotas, sucessos ou fracassos. Não, o América é muito mais do que isso. São cem anos de superação incansável, de um sonho que nunca vai acabar, de jogar futebol não pela conquista de glórias, mas sim pelo prazer - que é a essência do esporte.

Troféus e números são completamente insignificantes comparados ao sacrifício, à superação, ao suor que é derramado em campo, à lealdade dos torcedores americanos em relação ao clube, a todos desafios superados ao longo deste século. Sim, porque isso é para poucos. Cem anos enfrentando tudo e a todos, sem deixar de acreditar por um segundo em si mesmo é só para os fortes.

Parabéns América, pelos 100 anos de raça, superação e força de vontade!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Diário de paqueras de um calouro #2

17 de março de 2012

Fala diário! Bão demais? Eu sei que andei sumido de escrever as paradas aqui. Mas é que essa semana foi tensa na facu, vei. Tantão de texto pra ler, bixo, vê se guento? Saudade de ficar só coçando e trocar as ideia com as mina no msn... KKKKKKKK

Pô, mas também to chateado, viu. Lembra da veterana querosa? Que tacou os ovo podre nimim no dia trote? Tem uma notícia boa e a outra ruim:

Boa: tá querosa sim (cê tá ligado, né? Ninguém resiste ao charme do calourão aqui! KKKKK)

Ruim: vei... na boa, vei... VEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI! Tá ligado que no dia do trote tava mó fedozão, né, por causa dos ovos podres. Putz, nem sei como falar isso, vei. VEI. Num era só por conta dos ovos não. A mina tem uma asa danada, VEI! Mó cecezão! Pior do que quando eu fico depois do futiba de domingo.

Ah nem, vei! Chateado. Muito chateado.

Pior de tudo que agora tenho que ler uma parada aqui que num to entendendo nada. Nem vai rolar de assistir CQC.

Chateado! =(

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Diário de paqueras de um calouro #1

10 de março de 2012,

Colé diário! To ligado que essa parada de escrever em diário é meio de boiola, mas sei lá, to aqui sem fazer nada e ninguém vai ler mesmo, né não? KKKKKKK!

Vei, rolou hoje uma treta muito doida na facu! Cê sabe coméquié, né? To lá mais pra curtir qual é a das mina, ir pros churras e ficar bem loko nos ice, add uma porrada de gente no feice... e num é que hoje encontrei uma mina daora lá na fila da cantina?! Bixo, primeira semana de aula e já to caindo matando, vei! KKKKKKKKK

Eu que num sou bobo nem nada já fui fazendo os contato. Claro que num falei que era calouro, né? Sou besta? KKKKKKKK! Falei que tava no 5º período. A mina pirou, já que ela ficou até sem palavras! Tá na mão já! KKKKKK! Vou investir, gatinha demais!

Agora deixa eu vazar, que amanhã acordo cedo e não quero perder a van! Facu é doidimais!

***

11 de março de 2012

Porra diário! Cê num tem ideia da treta que rolou hoje na facu! Lembra da mina da cantina que te falei? Putz, é a minha fessora de filosofia, veeeeeeei!!!!

E ela ainda me deu a maior tirada quando entrei na sala! Falou que a sala do 5º período era no outro andar! Puuuuuutzzz! Já era!

Pelo menos tem a veterana que jogou um tanto de ovo podre em mim no trote. Acho que ela tá querosa! KKKKKKKKKKKKK! Bom da facu é isso, opção não falta!

Agora xô vazar que vou jogar um Winning Eleven com meu bróder aqui!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Promessa de fim de ano

Sabe as famosas promessas de fim de ano? Coisas do tipo "vou fazer um regime", "vou virar voluntário", "vou parar de fumar" etc.? Eu costumava fazê-las. Ser um aluno melhor, um filho melhor, entrar na academia, maneirar nos biscoitos recheados... enfim, todo 1º de janeiro, à meia-noite, eu saía de fininho dos abraços e brindes e ficava um minuto comigo mesmo, sob as luzes dos fogos, e fazia tais promessas.

Mas 2012 eu não fiz isso. Não me prometi absolutamente nada. Só agradeci pelo ano que tive. Estava nas nuvens: tinha acabado de concluir o tão suado curso de Jornalismo, minha - mais suada ainda - monografia foi extremamente elogiada pela banca, havia passado na UFMG, comecei a namorar uma pessoa incrível, meu pai foi promovido na empresa... tudo estava, simplesmente, perfeito. Pra quê mudar com promessas?

Mas as coisas mudam. E mudaram, de fato. Neste ponto, este texto poderia tornar-se uma sucessão de parágrafos com lamúrias, reclamações, desabafos, tristeza... mas prefiro apenas me antecipar ao 1º de janeiro de 2013 e, agora mesmo, em 22 de março de 2012 fazer uma promessa de "fim de ano": não desanimar, mesmo quando o mundo está desmoronando à sua volta, porque mesmo que aquela luzinha fraquinha no fim do túnel tenha se apagado, há sempre uma outra forma de se guiar nesse caminho. O segredo é apenas seguir em frente.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Força!

Existem algumas coisas que acontecem em nossas vidas que realmente não sabemos como acontecem. Alguns nomeiam tais fatos como "acidentes"; outros preferem encaixá-los em um gigante quebra-cabeça chamado "destino"; e há aqueles que simplesmente "penduram" na conta de Deus.

Nunca parei para pensar a respeito. Mas, verdade seja dita, pouco importa. Assim como é inútil pensarmos "por que acontecem", "por que eu", "por que ela", "por que não aquele cara ali, ele merecia"... simplesmente aconteceu.

O importante nesses momentos é ser forte, tomar medidas sensatas, fazer sacrifícios para um bem maior. É deixar que essas lágrimas que insistem em cair tirem todo esse peso, toda a revolta, todo inconformismo e deem lugar para a força que há no nosso interior para tornar-nos corajosos, valentes porque, simplesmente, os obstáculos que estão à nossa frente estão ali para serem superados.

Por isso, é importante estarmos fortes e preparados para o que já está acontecendo. Não é hora de pensarmos no "se for assim, se for assado...", temos que encarar, da melhor maneira que for possível, abrindo mão de coisas que, embora sejam importantes, no momento, não vão ajudar. E sempre saber que pode estender a mão porque a minha mão vai estar lá, pronta para segurar a sua, não importando qual seja a definição para isso.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Merda!

Havia uma escola cujas regras disciplinares eram extremamente rígidas. Qualquer distúrbio durante a aula, os alunos eram repreendidos financeiramente, uma vez que o instituto educacional seguia a máxima de que doendo no bolso, os estudantes pensariam duas vezes antes de atrapalhar a classe.
- Atchim! – um espirro espalha-se no silêncio sepulcral da classe.
- Quem foi que espirrou?! – vociferou o professor – Hein, hein? Foi você Rodrigo? Não? Hum... então foi você, né Lucas?
- Mas, fessor... eu to gripado... – justificou-se o garoto
- Quero nem saber! 10 centavos! Agora! – bradou o professor
Lucas caminhou solenemente, cabisbaixo, com uma moedinha em uma das mãos até o cofrinho da turma. Despejou o dinheiro e voltou para o seu lugar acompanhado dos olhares de todos da sala. Natália levou as mãos à boca e logo foi repreendida:
- Acha engraçado, senhora Natália? – indagou o demoníaco professor
- Não, fessor! Tava só coçando a bochecha – respondeu em tom aflito a pequena menina
- Estava bocejando então que eu sei! 5 centavos!
A pobre levantou e fez a mesma coisa que o Lucas. Após depositar a moedinha, assentou-se.
A aula transcorreu sem interrompimentos, até o momento em que o André soltou um sonoro, claríssimo:
- MERDA!
A sala inteira se virou para o André. Ele lá, imóvel, mãos na cabeça, olhos esbugalhados, pálido. Parecia ter visto um fantasma. Mas ele esperava ver algo bem pior. Ia ver o diabo! Paralisou-se com o medo de se deparar com aquele olhar cortante, perfurador, feito ferrão de marimbondo do severo professor. Este permaneceu impávido, calmo, respiração leve e constante. O olhar não era diabólico. Era calmo, sereno, raro de ser encontrado naqueles olhos. Beirava a perplexidade.
Ficou aquele silêncio do silêncio. Aquele ensurdecedor. Talvez mais forte do que aquele barulho da falta de barulho, era a tensão, a apreensão da turma, especialmente a do André.
De repente, explodiu o sinal dando fim a aula, mas a tensão continuava. O professor ainda encarava o André de forma leve, mas não desgrudava o olho. Parecia estar em transe. Mais assustado que o garoto. Perplexo. Caiu em si, juntou seus livros e saiu da sala. Ninguém entendeu! Como assim ele não repreendeu o André? Ele gritou “merda”! Do nada...
Um grupinho de alunos, liderado pelo Lucas e pela Natália, foi reclamar (dedurar) do palavrão soltado pelo André no meio da aula na diretoria. O diretor escutou as reclamações e decidiu chamar o garoto e o professor para terem uma conversinha na sua sala a respeito. Os dois obedeceram. O manda-chuva do colégio indagou ao estudante o por que de ter berrado aquela expressão chula:
- O Corinthians perdeu um pênalti aos 45 do segundo tempo, diretor!
- PUTA MERDA! Sério? – assustou-se o diretor. O garoto e o professor assustaram-se mais
Os três se entreolharam por algum tempo. O educador quebrou o silêncio:
- Minha reação foi quase igual a sua, senhor diretor. Fiquei perplexo com isso. Como é que perde aquele pênalti? Aquele filho da puta ganha meio milhão de reais para errar a porra de penalti?! Não é possível! Ele não presta pra nada!
- É foda, viu – desabafou o diretor
E os três ficaram discutindo sobre o pênalti perdido pelo Corinthians. No dia seguinte, o Lucas estava depositando mais 10 centavos no cofrinho por ter espirrado novamente.